Consecration of the Wolves I
For now, I will await
that slice of tomorrows
beneath the burden
of my heels;
The obscure backroads
of our seasons
and their blossoming bones.
Whom should I call
to share
this fate, this
winter of graves?
They told me
to sing close
to the fire,
with neo-
barbarians,
including the scum,
in natura…
(and the consecration of blind
angels carrying
wood to hell).
They told me
to become a river
among the stones.
I
Por hoje, aguardo
essa fatia de amanhãs
sob o peso
dos calcanhares;
as ruas turvas
das estações
e seus ossos floridos.
A quem chamo
para compartir
este acaso, esse
inverno de túmulos?
Disseram-me
para cantar junto
ao fogo,
com os neo
bárbaros, com
a inclusão da escória
in natura…
(e a sagração dos anjos
cegos que carregam
lenha para o inferno).
Disseram-me
para ser rio
entre as pedras.
Consecration of the Wolves IV
Nothing can suppress the outrage
of the ruins. Nothing that will disappear.
Neither the raves of faith,
nor the devotion of roosters.
Nonetheless,
beneath a cold
shell,
desire lies naked:
without the dread of a rattle,
without a serpent in the vines.
Nonetheless,
I am freed by these grammars
of light;
from my besieged passions;
from bread the oven burned.
Rebellious love
is alive and it dwells
high upon the cliffs.
No time is lost
in life with its pennies.
IV
Nada retém o furor
das ruínas. Nada que evole.
Nem as raves da fé,
nem a devoção dos galos.
No entanto,
debaixo da casca
fria,
o desejo está nu:
sem o temor dos guizos,
sem a serpente entre as uvas.
No entanto,
me desatam estas gramáticas
de raios;
nas paixões sitiadas;
no pão que o forno queimou.
O amor insurgente
está vivo e mora
no penhasco.
Não há tempo perdido
na vida e seus centavos.